Bom, Augusta, eu li suas coisas,
sim e estava esperando uma melhor maneira de dizer o que achei, mas já que vc
está tão ansiosa e reconhece que quer crescer e minha opinião pode ajudá-la
nesse sentido, eu criei coragem.
Já viu que as notícias não são
boas, né?
Enquanto eu lia seus textos, me
lembrava de uma frase muito conhecida que diz "que ninguém pode fazer uma
omelete sem quebrar os ovos."
O que me parece é que vc não
entra nunca no cerne da questão, fica rodeando o pote, não se envolve com suas
emoções e tudo fica um pouco forçado e sem veracidade.
Espero que o que eu disse, sirva
mesmo para seu crescimento "literário".
Também não saberia qual é o
caminho dessas pedras, porque é tudo muito pessoal, cada pessoa precisa
descobrir seu próprio caminho.
Abraço
Sylvia
(Nota: Deixo aqui exatamente
como ela me respondeu e prescindo do sobrenome porque não vem ao caso. )
Confesso que fiquei chocada.
Talvez ela não soubesse
que escrevia para crianças de escola publica que são carentes e que precisavam
de um pouco de ilusão, de palavras doces diferentes das que ouvem no seu dia a
dia.
Não pretendia de forma
alguma conquistar o 1º lugar no ranking da literatura, apenas queria mostrar às
crianças o lado bom da vida que é o direito que elas têm de sonhar.
Quando pedi sua crítica,
esperava sugestões, esperava que me fizesse uma avaliação construtiva tipo é
ruim, é bom ou não é adequado para a idade, não é vendável ou sei lá o que, mas
da forma que me colocou entendi que devia rasgar tudo que escrevo e me
aperfeiçoar no fogão. É claro que não tinha a pretensão de agradar a todos e
nem esperava que me estendessem o tapete vermelho, mas como poderia ensinar uma
criança a se valorizar se falasse a mesma linguagem do mundo em que vivem de
violência e desilusão?
Na época, eu tinha sido indicada para o prêmio
Professor Nota 10 da Fundação Victor Civita, exatamente por fazer um trabalho
diferenciado e talvez por isso tenha me chocado a critica tão pessoal.